‘Masculinidade tóxica’ é terminologia tóxica
Escrito por John Barry, traduzido por Yago Luksevicius de Moraes.
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Imagine ser um menino hoje em dia. O garoto mediano está atrasado comparado às garotas em todos os níveis de escolaridade. Os meninos estão mais sujeitos a terem seus deveres escolares impactados pelo TDAH e Transtornos do Espectro Autista. Eles estão 16 vezes mais sujeitos que as meninas a achar a escola difícil por serem daltônicos. Os meninos são mais propensos a serem excluídos da escola. Dos 16 aos 24 anos de idade, é menos provável que eles estejam estudando, empregados ou em treinamento. Enquanto adultos, eles têm o dobro da probabilidade de sofrerem com o abuso de drogas e os homens são 83% dos moradores de rua, 96% da população carcerária e 75% dos suicidas.
Acima de tudo, imagine ser um menino na escola e ouvir sobre masculinidade tóxica em suas aulas de Relacionamento, Saúde e Educação Sexual. Agora, imagine entrar na internet e ser bombardeado com ainda mais negatividade sobre os homens enquanto é culpado pela negatividade que as meninas vivenciam online. O que isso deve fazer com a saúde mental dos meninos? Não é de admirar que muitos deles desliguem-se da mídia convencional, ficando assim inadvertidamente vulneráveis à exploração de outras influências nefastas online.
“…aproximadamente 85% dos respondentes acharam o termo ‘masculinidade tóxica’ ofensivo e possivelmente prejudicial aos meninos.”
Como psicólogo, preocupo-me com a saúde mental, especialmente a saúde mental de homens e meninos porque ela tem sido negligenciada por muito tempo. Por causa do tão pouco interesse sobre até que ponto o discurso negativo sobre a masculinidade impacta os meninos, eu e meus colegas conduzimos um inquérito. Encontramos que aproximadamente 85% dos respondentes acharam o termo ‘masculinidade tóxica’ ofensivo e possivelmente prejudicial aos meninos.”
Minha última pesquisa acabou de ser publicada. Ela avaliou o ponto de vista de mais de 4000 homens no Reino Unido e na Alemanha e encontramos que achar que a masculinidade é ruim para o seu comportamento está relacionado com pior bem-estar mental. Apesar de a direção da causação não ser definitiva neste tipo de estudo (não sabemos se visões negativas sobre a masculinidade prejudicam o bem-estar mental ou se baixo bem-estar mental faz os homens verem a masculinidade negativamente), está claro que visões negativas sobre a masculinidade estão relacionadas ao bem-estar num nível significativo.
“Minha última pesquisa acabou de ser publicada. Ela avaliou o ponto de vista de mais de 4000 homens no Reino Unido e na Alemanha e encontramos que achar que a masculinidade é ruim para o seu comportamento está relacionado com pior bem-estar mental.”
Mas algumas boas notícias do meu estudo é que visões positivas sobre a masculinidade estão relacionadas a melhor bem-estar mental. Isso está de acordo com outras evidências, geralmente ignoradas pela mídia e outras instituições, de que a masculinidade pode ser benéfica à saúde mental. Na verdade, essa notícia não surpreende o cidadão comum, sendo que muitos deles reconhecem o valor da masculinidade mais do que as pessoas nas universidade, mídias e no governo[YL1] .
Há raras exceções, mas a maioria das informações sobre masculinidade a qual somos expostos é irracionalmente negativa, então é perdoável pensar que homens são opressores de mulheres em vez de protetores de mulheres. Interessantemente, meu estudo encontrou que melhor bem-estar mental estava associado com acreditar que a masculinidade torna os homens protetores de mulheres, enquanto pior bem-estar mental estava associado com acreditar que a masculinidade torna os homens violentos em relação às mulheres.
Uma das implicações do meu estudo é que “se queremos que homens tenham boa saúde mental, uma estratégia útil pode ser ajuda-los a apreciar as formas nas quais sua masculinidade pode ter um impacto positivo em seu comportamento e no das pessoas ao seu redor”. Então, minha mensagem às escolas, à mídia, governos e ONGs é: há mais a ganhar sendo positivo. Sendo assim, é hora de parar de falar mal dos homens e da masculinidade.
O texto completo do artigo no qual esse texto é baseado pode ser baixado de graça aqui. Alguns dos materiais acima estão referenciados nesse artigo.
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El dr. John Barry es psicólogo, investigador, hipnoterapeuta clínico y cofundador de la Male Psychology Network (Red de Psicología Masculina), la BPS Male Psychology Section (Sección de Psicología Masculina de la BPS) y The Centre for Male Psychology (Centro de Psicología Masculina). También co-editor del Palgrave Handbook of Male Psychology & Mental Health (Manual Palgrave de Psicología Masculina y Salud Mental), y coautor del nuevo libro Perspectives in Male Psychology: An Introduction (Wiley) (Perspectivas en Psicología Masculina: Una Introducción [Wiley]).